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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Vó Vetinha

E o que dizer de minha avó Eveta?
Difícil descrever uma pessoa tão especial!
Mulher de garra, coragem, que sempre trabalhou duro para sustentar a casa, os filhos e ainda cuidar do esposo que estava doente.
Sempre pronta a ajudar foi a pessoa que me estendeu a mão em todos os momentos que precisei.
Mais do que isso, acreditou em mim.

Vó, a senhora é um exemplo de vida e sempre que encontro dificuldades (e a senhora sabe que são muitas)lembro dos seus ensinamentos e renovo minhas forças.

Obrigada por tudo que é, por sua presença, por seus conselhos, por me ouvir.
Te amo verdadeiramente!
Te amo eternamente!

Mensagem especial

Tenho passado por momentos muito difíceis mas Deus tem me dado força, sabedoria e coragem para superar as dificuldades.
Mesmo assim, existem pessoas que nunca deveriam ter passado por nossas vidas... mas passam.

Faz aproximadamente um mês que recebi um bilhete de minha avó que dizia assim:

DEUS TE GUARDA

No melhor a fazer,
Não te detenhas, segue.

Que importam precipícios
Se guardas rumo certo?

Que valem agressões,
Se a humildade te veste?

A injúria te apedreja?
Nada temas. Confia

Há quem te desconheça?
Não hesites. Prossegue.

Não te afastes do bem.
Deus te guarda e te vê.


Assim que terminei de ler senti como se tivesse sido escrito para mim, para sanar as dificuldades pelas quais estava passando e todas as manhãs e em momentos de extrema tristeza eu voltava e lia novamente.

Confiei e Deus me guardou.
Mais do que isso... Deus mostrou a todos que eu não tinha feito nada de errado e que o agressor era realmente o que eu havia dito.

E agora, quem vai restaurar o tempo perdido? Quem vai me ajudar a superar as dores que uma pessoa sem caráter me fez sentir?

Deus já está fazendo isso porque creio Nele e foi somente por ter crido que consegui chegar até aqui. Sofri muito. Fui culpada do que eu não tinha feito mas a verdade veio à tona e isso é o que importa.

Hoje sou mais que vencedora!

Obrigada vó por ter acreditado em mim!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sofrimento inesperado

E novamente já estamos no dia 30 de agosto.
Preferia que a data não existisse, ou que, pelo menos eu conseguisse esquecer, mas é impossível...
Como o tempo passa rápido... Parece que foi hoje, mas 14 anos já se passaram.
Lembro-me perfeitamente de quando estava saindo para trabalhar e procurei meu sogro para despedir. Ele sempre estava presente na hora em que eu ia sair para trabalhar. Naquele dia ele não apareceu.
O último contato que tive com ele foi na noite anterior, quando cheguei da Escola e muito cansada sentei na cama e fui assistir a missa que passava na televisão e ele sempre assistia.
Ele então me pediu para ajudar a terminar de montar o quebra-cabeça de 1000 peças e eu fui até a mesa mas, vi que seria impossível. Eu precisava trabalhar no dia seguinte e pedi para deixar para sábado. Como me arrependo!
Lembro também da última frase que ele me disse tendo como exemplo uma moça que estava participando da missa: “Sorria sempre! Aconteça o que acontecer, sorria.”
Eu nunca podia imaginar que seria a última vez...
Fui trabalhar normalmente e quando voltei algo me chamou a atenção em uma casa que não morava ninguém. Morávamos na roça e a casa ficava bem distante da sede onde morávamos. Passei por minha sogra e perguntei se a casa havia sido pintada e ela disse que não. Perguntei pelo meu sogro porque ele sempre ia para a rua comigo às sextas-feiras e ela disse que ele já estava pronto e tinha saído para plantar orquídeas, mas que ela já estava ficando preocupada porque ele estava demorando.
Subi as escadas e chegando em minha casa perguntei a minha ajudante se ela achava que a casa havia sido pintada. Ela não tinha observado nada.
Almocei e quando já estava saindo para o trabalho descobri que ele ainda não tinha voltado. Falei então com meu esposo (ex-esposo atualmente) e pedi que ele fosse ao encontro do pai.
Precisei sair para trabalhar, mas a preocupação tomava conta de mim.
Eu estava grávida de seis meses e ainda não sabia nem o sexo do bebê.
Apesar do casamento praticamente acabado minha gestação estava indo muito bem.
Saí dali muito preocupada e passei na casa do meu pai para pedir ajuda. Ele não estava lá. Pedi então a um funcionário nosso para me levar até a Escola e voltar na fazenda para ajudar a encontrar meu sogro.
Eu estava inquieta!
Aproximadamente uma hora depois eu resolvi sair da Escola e ir até um orelhão para ligar e saber notícias.
Quando cheguei no portão da Escola vi meu pai parando o carro. Logo observei a fisionomia de minha irmã e vi que algo estava errado.
Atravessei a rua e enquanto me aproximava do carro fui entendendo tudo. Pelo menos eu achava que estava entendendo...
Antes que meu pai saísse do carro e falasse alguma coisa eu perguntei se meu sogro havia se machucado, se estava no hospital e meu pai não respondeu nada, apenas disse para eu entrar no carro.
Fiz então a pergunta que não desejava: “Ele morreu?” Foi terrível! Minha irmã passou para o banco de trás e apenas balançou a cabeça. Eu não imaginava nada ainda. Pedi então para ir até o hospital e então meu pai disse que ele estava na fazenda porque tinha suicidado.
Eu gritei de dor, de tristeza, de desespero.
Quando cheguei na fazendo estava minha mãe, minha sogra, meu esposo, nossos funcionários. Todos mudos. Não havia o que falar. Naquele momento o silêncio dizia tudo!
Ele havia pendurado em uma árvore ao lado da casa que tanto me chamou a atenção na hora do almoço, tentou cortar os pulsos, mas não conseguiu terminar e quebrou o pescoço na queda. Estava com uma corda muito resistente amarrada ao pescoço.
Esperamos a Perícia chegar e isso demorou muito. Por volta das 17 horas peguei um cobertor para enrolar o corpo que seria transportado para o cemitério e lá arrumado no caixão.
Levei as roupas até lá, mas não me deixaram ficar presente.
Precisei tomar remédio porque estava começando a ter contrações.
Mesmo assim acompanhei tudo. Dia 31 às 11 horas ele foi enterrado.
Ficou a lembrança de um homem de fé, de coragem, trabalhador, positivo, mas que, por ser humano, também errou e provavelmente estava doente e por isso cometeu suicídio.
Três meses e cinco dias depois nasceu meu filho. Um presente de Deus para ajudar a superar a dor.

domingo, 21 de agosto de 2011

Beatriz

Beatriz

Aquela que traz alegria

A alegria desejada
A alegria confirmada
A alegria consagrada.

Chegada anunciada
de quem tem por companhia
o amor e a graça de Deus!

Corações aos sobressaltos
Sustos na mamãe
Anseios do papai
Curiosidades do irmão
Familiares todos a sorrir...

E as histórias de cada um
acalentando sentimentos
enquanto o tempo se encarregou
de trazer a todos nós
pela estrada da alegria
para recebermos Beatriz.

Papai Zenas




Gustavo, meu orgulho!

"Deus sabe de todas as coisas e mesmo nas adversidades, sempre nos fornece algo para o crescimento".

Fazendo exames de rotina descobri que estava com um pequeno problema e teria dificuldades para engravidar. Iniciei então um tratamento.
Alguns meses depois precisei procurar meu ginecologista porque algo estranho estava acontecendo comigo. Ele foi franco e disse que iria pedir o teste de gravidez mas ao mesmo tempo pediu outros exames pois tinha quase certeza que seria impossível eu estar grávida.
Fiz o exame sem nenhuma expectativa. No fim do dia, quando estava saindo da Escola onde trabalhava estavam minha mãe e minha irmã esperando para ir comigo buscar o exame. Confesso que tinha certeza de que não estava grávida e também não tinha nenhuma expectativa com relação a isso porque meu casamento não ia nada bem.
Cheguei ao Laboratório, peguei o exame e nem abri (como faço sempre). Fomos até a Igreja e enquanto minha mãe estava rezando minha irmã e eu abrimos o exame e ficamos confusas. Nada de positivo ou negativo. Saímos imediatamente da Igreja e fomos até o Laboratório pedir a atendente para nos ajudar a interpretar o resultado do exame.
POSITIVO! Eu estava grávida! Não sabíamos o que fazer! Era um misto de sentimentos que não há como descrever... Primeiro filho, primeiro sobrinho, primeiro neto.
Tive uma gravidez tranquila na medida do possível pois as brigas no casamento já eram constantes.
Em 30 de agosto de 1997 eu estava grávida de seis meses e passei por uma das piores experiências de minha vida. Meu sogro suicidou. Foi horrível! Sentimento de desespero, terror, medo, perda, impotência... Nunca mais me esqueci daquele terrível dia!
Aproximadamente um mês depois meu avô foi internado com um câncer no intestino, passou por uma séria cirurgia, teve pneumonia e as preocupações eram constantes. Graças a Deus em 03 de dezembro ele teve alta.
Em 05 de dezembro de 1997 nasceu meu filho Gustavo!
Mesmo com o cordão umbilical enrolado no pescoço tudo deu certo. Um menino lindo, saudável, perfeito. Tudo que eu tinha pedido a Deus.
Mesmo tendo algumas complicações depois da cesárea consegui me recuperar e dois dias depois tivemos alta.
Na época eu tinha apenas 21 anos e não tinha a menor idéia do que seria ser mãe. Apenas sabia que era a mãe mais feliz do mundo!
Meu filho foi crescendo e aos poucos pude ver o presente que Deus me deu.
Um menino alegre, inteligente, educado, estudioso, lindo...
O companheiro do Vô Otton e da Vó Lúcia, um irmão para a Tia Jaque. E com isso depois da minha separação ele ficou morando com meus pais e está lá até hoje.
Confesso que é difícil ter um filho e saber que ele não mora comigo. Já sofri muito com isso e algumas pessoas como minha amiga Lúcia são testemunhas de minha luta para dar um ótimo estudo e tudo mais que um garoto precisa ter e ainda longe ser uma mãe de verdade.
Faço o impossível para que tudo seja da forma mais tranquila e não perco as esperanças de, um dia, ainda ter o prazer de ter meu filho morando comigo.
De qualquer forma sou grata a Deus por ter me dado um presente tão especial que é o meu filho Gustavo, uma bênção na minha vida!

Poema Beatriz

Beatriz

Aquela que traz alegria

A alegria desejada
A alegria confirmada
A alegria consagrada.

Chegada anunciada
de quem tem por companhia
o amor e a graça de Deus!

Corações aos sobressaltos
Sustos na mamãe
Anseios do papai
Curiosidades do irmão
Familiares todos a sorrir...

E as histórias de cada um
acalentando sentimentos
enquanto o tempo se encarregou
de trazer a todos nós
pela estrada da alegria
para recebermos Beatriz.

Papai Zenas

Oração por Beatriz

Oração por Beatriz

Senhor, Tu és o nosso Deus, o soberano sobre nossas vidas! E como teus filhos, agradecemos a bênção da chegada de nossa filha Beatriz.
Quando escolhemos o nome dela, imaginamos quanta alegria ela iria trazer a nós e ao Senhor.
Pensamos em como o vovô Otton, a vovó Lúcia e a vovó Ziza ficariam felizes de ver os seus filhos tendo uma filha... E o sorriso deles já é a resposta que gostaríamos de ter, pois eles estão felizes!
Pensamos em como o nosso filho Gustavo ficaria radiante em saber que ele teria uma linda irmãzinha, com quem ele poderia brincar e partilhar seu carinho, seu amor, sua inteligência e sua alegria. E basta a gente olhar pra ele e ver como os olhos dele brilham!
Pensamos em como as tias e os tios, cada um a seu modo, também se alegrariam com a chegada de alguém tão especial na família... E foi assim mesmo. Sorrisos, parabéns, conselhos, recomendações... E alegria por toda parte!
Pensamos em como os amigos e os colegas de trabalho, mesmo aqueles que ainda não passaram pela experiência de ter filhos, iriam se alegrar com a notícia. Todos se alegraram e sorriram conosco!
E nós? O que dizer do que pensamos de nós mesmos? O que desejar para nossa amada filha?
Bem... A nossa lista poderia ser imensa, pois queremos dar o melhor a ela. Mas preferimos deixar-nos guiar pelo Senhor, recorrendo à Tua Proteção, à Tua Graça e ao Teu Amor, pois sabemos que o Teu desejo é que a nossa filha Te conheça como nós conhecemos, e cresça sendo sempre “aquela que traz alegria”.
Consagramos ao Senhor a nossa filha. Manifesta a ela o Teu Reino e faça na vida dela a Tua Vontade, a fim de que ela seja prova viva do Teu Amor, e se torne uma bênção nas Tuas mãos aonde e com quem estiver.
Dá-nos a cada dia o que precisarmos, ensinando-nos a sermos sábios, amorosos e firmes, de modo que possamos contribuir para que isso aconteça.
Receba a nossa gratidão e o nosso humilde pedido, que fazemos no nome do Teu Filho Jesus... Amém!!

(Oração escrita pelo Papai Zenas para o dia da Apresentação e Consagração na Primeira Igreja Batista em Cachoeiro de Itapemirim em 17/02/2008)

Uma mensagem muito especial

Recebi uma mensagem de uma pessoa muito querida e resolvi postar... parece ter sido feita para mim...

DEUS CAPACITA OS ESCOLHIDOS

Conta certa lenda,
que estavam duas crianças
patinando num lago congelado.
Era uma tarde nublada
e fria e as crianças brincavam despreocupadas.
De repente, o gelo se quebrou
e uma delas caiu,
ficando presa na fenda que se formou.
A outra, vendo seu amiguinho preso
e se congelando, tirou um dos patins
e começou a golpear o gelo com todas
as suas forças, conseguindo por fim
quebrá-lo e libertar o amigo.
Quando os bombeiros chegaram
e viram o que havia acontecido,
perguntaram ao menino:
- Como você conseguiu fazer isso?
É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo,
sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!
Nesse instante, um ancião que passava pelo local,
comentou:
- Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
- Pode nos dizer como?
- É simples - respondeu o velho.
- Não havia ninguém ao seu redor,
para lhe dizer que não seria capaz..



"Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados,
CAPACITA OS ESCOLHIDOS.
Fazer ou não fazer algo só depende
de nossa vontade e perseverança

Confie...

As coisas acontecem na hora certa.
Exatamente quando devem acontecer!
Momentos felizes, louve a Deus.
Momentos difíceis, busque a Deus.
Momentos silenciosos, adore a Deus.
Momentos dolorosos, confie em Deus.
Cada momento, agradeça a Deus.

sábado, 20 de agosto de 2011

Gravidez da Beatriz

Quando estava com cinco semanas de gestação comecei a sentir dores que nunca havia sentido e procurei o médico. Ele disse que era uma provável infecção de urina. Tomei o remédio mesmo antes de saber o resultado do exame (que foi negativo) mas as dores não passavam.
Estava de seis semanas e já não conseguia sequer dar aula. Voltei ao médico e ele disse que eu estava com dengue. Não foi feito nenhum exame. Continuei sentindo dores e não tinha com quem falar.
Com sete semanas de gestação minha avó foi nos fazer uma visita. Uma alegria para quem está longe da família, sentindo saudades do filho e sentindo dores sem explicação. Lembro-me do delicioso pudim de leite condensado que ela levou.
Não fui trabalhar mas não comentei nada com ela.
No dia seguinte viemos juntas para Carangola. Pouco tempo depois que tinha chegado senti algo estranho e fui imediatamente ao banheiro. Estava tendo um sangramento.
Imediatamente minha mãe chamou meu pai que ligou para meu ginecologista aqui de Carangola. Fui atendida minutos depois. Ele não conseguia ouvir os batimentos cardíacos do bebê e com toda franqueza disse que faríamos uma ultrassom. Se o bebê estivesse vivo iniciaríamos uma medicação, caso contrário faríamos uma curetagem.
Foram os minutos mais difíceis de minha vida!
Não chorei, nem falei nada. Quando passei pelo meu pai no corredor observei como ele me olhou e então tive certeza da gravidade.
Fazendo o ultrassom conseguimos ouvir o coração do bebê batendo e isso me deixou tão feliz que só tinha forças para agradecer a Deus!
Fui medicada de imediato e fiquei três dias internada.
Voltei para Cachoeiro e o médico disse que poderia trabalhar normalmente. Puro engano!
O médico de Carangola já havia dado um laudo dizendo que eu tinha tido um princípio de aborto e que a gestação era de alto risco para parto prematuro. Disse também que provavelmente ficaria de repouso durante toda a gravidez.
Tudo foi realmente verdade. Foi uma gravidez dificílima com inúmeras internações no Hospital da Unimed, dores absurdas, remédios de 4 em 4 horas da 7º até a 38º semana de gestação. No último mês meu filho e minha mãe foram ficar comigo, eu já estava internada.
Em 30 de janeiro de 2008, sob os cuidados do Dr. Walfran e Dr. Pedro, com UTI reservada para o bebê e para mim, nasceu nossa Beatriz. Perfeita, saudável e linda! Nós duas fomos direto para o quarto e tivemos alta no outro dia logo cedo.
Estavam presentes nesse dia tão especial o papai Zenas, o irmão Gustavo que tanto me ajudou nas últimas semanas, a vovó Lúcia, o vovô Otton, a titia Jaqueline, algumas amigas e as incansáveis enfermeiras que se tornaram meu suporte na longa caminhada dentro da Unimed.
Deus mais uma vez nos mostrou como somos uma família abençoada!

E o passado veio à tona...

Dias depois de saber da gravidez recebemos uma notícia nada boa e então as preocupações foram tão grandes que o Zenas ficou descontrolado de vez.
Ele recebeu uma notificação do Tribunal de Contas da União dizendo que deveria fechar a firma que estava em aberto, em seu nome, em um prazo de dois meses.
Confesso que sequer sabia que essa firma estava ainda aberta, não sabia das dívidas que tinham ficado para trás, não sabia de nada. Tudo tinha sido ocultado!
Mesmo assim tomei frente da situação e fiz tudo que podia para fecher a firma... mas as coisas não foram fáceis e isso demorou aproximadamente três anos.
Durante todo esse período a situação do Zenas foi se agravando ainda mais. Foi ficando calado, preocupado (não conversava sobre o assunto, não pedia opinião, apenas ficava isolado), dormia demais e se desligou completamente da família.
Lembro-me perfeitamente do dia em que viemos a Carangola e minha irmã me chamou e disse que ele estava com depressão. Foi aí que me dei conta de que eu tinha que tomar alguma providência.
Procurei então vários médicos em Cachoeiro e o diagnóstico foi de depressão.
Tomava medicação mas não fazia nenhum efeito e as coisas foram ficando ainda piores.
Surgiu então o vitiligo, demonstração de que nada ia bem.
Era o passado remoendo o presente! Era o início de uma grande luta!

As vitórias conquistadas!

Depois de casados, em algumas semanas fizemos a primeira mudança. Era o início de inúmeras!
Como sempre, os colegas do DAE sempre dispostos a nos ajudar e assim tudo era motivo de festa. Até mesmo a panela cheia de gordura que estava dentro do fogão que acabou entornando nas escadas do apartamento para onde estávamos mudando. Limpei escadas até tarde da noite! Valeu a alegria do momento!
Em poucos meses fomos fazer um Concurso e o Zenas passou em primeiro lugar. Foi uma alegria só. Minutos depois minha amiga de serviço e eu começamos a pensar em como seria o futuro e então choramos. Sabíamos que a alegria da conquista seria também motivo de separação de uma amizade muito importante em nossas vidas.
Em 04 de agosto de 2006 nos mudamos para Cachoeiro de Itapemirim.
Tudo novo, diferente, estranho. Não conhecíamos nada e nem ninguém.
Em Carangola ficaram meu filho (morando com meus pais), meu emprego que tanto lutei para ter, meus amigos, nossos familiares, nossas origens. Mais uma vez eu estava recomençando minha vida... e como é difícil recomeçar!
Confesso que no início foi muito complicado. Acredito até que muito mais para mim do que para o Zenas. Ele estava começando em um emprego novo, muito bom, em uma instituição respeitada. Eu estava tentando entregar curriculo em qualquer lugar, procurando alguém para conversar, aprendendo a andar dentro da cidade e sozinha.
No ano seguinte consegui emprego e desde então não fiquei mais sem trabalhar.
Mas as coisas já não estavam indo bem. Eu observava comportamentos estranhos no Zenas mas achava que era por conta da mudança, das novas responsabilidades (em pouco tempo ele foi promovido a subgerente do CEFET), do novo ritmo de vida.
Veio então uma novidade maravilhosa! Eu estava grávida! E fiquei pensando em como contar a tão esperada novidade ao mais novo papai... contei e nada aconteceu. Não houve alegria, não observei sorriso no rosto, não recebi sequer uma abraço. Ele ficou calado e eu abalada. Seria essa a forma dele expressar alegria? Ou já era aí uma demonstração clara de que as coisas não estavam indo bem e eu não observei?
No mesmo dia fomos ao culto agradecer a Deus pela bênção recebida!Há várias semanas estávamos participando de uma Campanha de Oração na Igreja porque pedíamos a Deus um filho e eu não conseguia engravidar e justamente naquele dia o texto utilizado pelo Pastor como base para o culto foi o 1º Livro de Samuel, capítulo 1, onde conta a história de Ana que orou a Deus buscando um filho e foi abençoada.
Eu tinha acabado de ser abençoada e estava em estado de graça!


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O grande dia!

Parece que a vida nos leva a caminhos certos por caminhos tortos.
Depois de 8 anos de um casamento fracassado, me separei e fui cuidar de minha vida e de meu filho. Sofri muito...
Preconceito... isso foi o motivo do meu maior sofrimento e talvez o motivo e a causa de vários erros.
Mas o tempo passou e consegui modificar minha vida.
Trabalhei muito, sofri demais, chorei sozinha, tive o prazer de conhecer minha amiga e irmã Lúcia Correa com quem pude dividir dificuldades, agonias, lembranças tristes, aborrecimentos, sonhos, alegrias dentre inúmeras outras coisas.
Voltei para minha cidade e passei em primeiro lugar em um concurso público e isso me ajudou muito a voltar a acreditar em mim, no meu potencial. Lá conheci algumas pessoas realmente especiais que também me ajudaram muito a superar as dificuldades e a acreditar na vida, em uma nova vida.
Em um chuvoso dia de dezembro, mais precisamente 8 de dezembro, após ficar um tempão esperando o ônibus depois do trabalho para ir embora para casa resolvi ir a pé.
Chovia muito, minha sombrinha estava estragada, eu toda molhada e a alguns metros do local onde havia ficado esperando o ônibus encontrei com um conhecido e através dele conheci uma pessoa muito especial.
A chuva aumentou e ficamos ali, na esquina da Casa Lopes conversando. Aos poucos descobri que ele conhecia meu pai, minha irmã, era também professor, também morava sozinho.
Trocamos telefones para eventuais aulas particulares.
Era 24 de dezembro de 2005 quando começamos a namorar...
Era 24 de janeiro de 2006 quando ficamos noivos...
E em 24 de março de 2006 nos casamos na Primeira Igreja Batista em Carangola.
Isso mesmo, em apenas três meses, namoro, noivado e casamento. Não me arrependo em momento algum. Faria tudo novamente.
Foi o casamento dos meus sonhos. Tudo organizado impecavelmente por minha chefe do DAE de Carangola.
Fui levada até o altar pelo meu filho Gustavo e isso me encheu de orgulho. Ele também levou as alianças. Do altar tive o prazer de ver amigos, colegas de trabalho, parentes, membros da Igreja.
Não fizemos festa, o casamento não foi filmado. Não tínhamos condições. Mas foi tudo lindo. Estávamos muito felizes e isso é que importa.

Lembranças do passado

Ainda me lembro perfeitamente de quando ainda era menina e presenciava minha avó organizando a medicação do meu avô. Na verdade, não entendia muito bem o motivo de tantos remédios separados em copinhos de café (naquela época ainda não existiam os separadores de remédios) mas sabia muito bem que a vida de minha avó não era nada convencional.
Ela cuidava de tudo sozinha... Era pai, mãe, organizava tudo, resolvia todos os problemas... meu avô sempre tinha o mesmo comportamento. Se alimentava muito bem (na verdade, descontroladamente), assistia televisão e dormia. Era maluco por doces, sabia tudo sobre as novelas (principalmente o que ia acontecer no fim), tinha um terço enorme que era uma verdadeira relíquia, sempre ia à missa e, na medida do possível, das condições e limitações, foi um pai, esposo e avô exemplar.
A vida foi dura, principalmente para minha avó, meu pai e meus tios, afinal, meu avô era portador de uma doença que pode acontecer com qualquer pessoa, mas as pessoas não estão preparadas para lidar com esse tipo de doença.
O meu avô José tinha Esquizofrenia.
Desde muito cedo me lembro das idas e vindas às Clínicas Psiquiátricas. Aos poucos fui crescendo e passei a poder entrar nas Clínicas para as visitas. Era também muito comum depois dos longos períodos de internação ter que curar as feridas. Feridas da alma e feridas físicas.
Por motivo de agitação era amarrado à cama e os pulsos e tornozelos eram amarrados na cama e algumas vezes vi machucados enormes, alguns curados com muito sacrifício por minha avó. Lembro de minha mãe sofrendo e até chorando por ver a que ponto os machucados chegavam.
Era a consequência da doença, das internações.
Em setembro de 2003 meu avô faleceu em uma Clínica Psiquiátrica na cidade de Juiz de Fora. Não que a família tivesse abandonado. O fato é que a situação não permitia mais que o tratamento fosse feito em casa.
O corpo foi removido para Carangola onde foi enterrado. Fui encarregada de receber o corpo visto que todos estavam em Juiz de Fora.
Por volta das cinco horas da manhã me preparei e entrei no local do velório e juntamente com a pessoa responsável pelo transporte do corpo, abri o caixão. Confesso que não foi nada agradável...
Meu avô estava coberto por algumas poucas flores, os pulsos machucados, enfim, nada arrumado.
Depois de alguns contatos com pessoas conhecidas consegui comprar as flores e eu mesma, sozinha, preparei meu avô para receber as últimas homenagens. Arrumei a camisa de forma que os machucados do pulso não apareciam, cobri o corpo totalmente com flores, coloquei um terço nas mãos.
Agora eu estava frente a frente com meu avô e não sabia mais o que fazer. Parece que depois de tudo as forças acabaram. Chamei minha irmã que estava o tempo todo no carro com meu filho no colo e começamos então a velar o corpo.
Terminou assim um ciclo de nossas vidas. Começou aí minha verdadeira admiração por minha avó, uma guerreira, vencedora.