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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

11 de setembro

Quantas tragédias marcam essa data?

Há dez anos o mundo inteiro assistiu a um verdadeiro “filme de terror” e se comoveu com os atentados... Famílias foram destruídas, vidas perdidas...
Lembro-me perfeitamente quando meu pai, totalmente assustado chegou na porta de nossa casa falando para ligar a televisão.
Meu tio Pipi, já doente, ficou tão perplexo que não acreditou no que estava vendo. Saiu andando, sem rumo.
Todos se comoveram.

Há um ano atrás minha família também foi vítima de uma tragédia nessa data. Foi o fim de um sonho!
Depois de vários surtos por conta de um transtorno bipolar que evoluiu de forma muito rápida e que não tinha sido diagnosticado pelos médicos da cidade onde morávamos meu esposo teve um surto absurdo, indescritível e que somente minha família sabe o horror que foi. Quando digo família estou falando de meus filhos e eu porque meu esposo fez isso de forma inconsciente.
Tudo por conta de um médico que achou que deveria testar mais uma vez um antidepressivo em uma pessoa que é bipolar e que, portanto, não pode tomar o remédio, pois entra em fase de mania e euforia.
Recordo perfeitamente das inúmeras vezes que pedi para iniciar logo o tratamento com o Carbonato de Lítio porque já tinha lido tudo a respeito, assistido palestras, pesquisado e tinha também a experiência com meu avô, portanto, sabia que, apesar dos efeitos colaterais esse seria o único remédio que iria controlar as crises mais fortes.

11 de setembro de 2010. O triste dia em que tudo mudou.
Sonhos foram desfeitos, uma amizade acabada, a família foi literalmente destruída.
Tínhamos comprado um apartamento de três quartos a apenas 6 meses justamente para que meus filhos tivessem cada um seu quarto, sua liberdade. Não cheguei sequer a decorar o apartamento.
Tenho lutado muito para que a família seja reerguida, mas confesso que tem sido muito difícil...
Hoje meu filho não mora mais conosco, não aceita dormir em minha casa e poucas são as vezes que vem aqui nos fazer uma visita.
Minha pequena Beatriz tem demonstrado resquícios do que presenciou e eu tenho feito o impossível para fazer com que ela seja bem assistida pelos especialistas para que isso não tome uma proporção ainda maior.
Meu esposo faz consultas e exames regularmente e é acompanhado por uma equipe médica de alta competência que conseguiu, inclusive, fazer com que os surtos fossem controlados.
E Deus me deu muita sabedoria...
Mesmo sofrendo, muito machucada, tive forças para vir dirigindo até Carangola. Dois dias depois fui até uma Escola onde fui prontamente atendida, expliquei toda a situação e matriculei meu filho.
Começava aí um novo ciclo em minha vida.
Medo dele não se adaptar, de ter problemas na Escola por conta da doença do meu esposo. Nada disso aconteceu. Teve uma ótima adaptação e é um aluno excelente.
Agradeço todos os dias pelo carinho que os professores e funcionários do quadro administrativo tiveram com meu filho, pela forma com que o receberam e pela competência com que lidaram com a situação.
No outro dia tomei coragem e resolvi que não deveria deixar acabar ali um casamento. Peguei o carro, fui até Cachoeiro de Itapemirim e busquei meu esposo para uma consulta. O Lítio foi prescrito.
Busquei forças nos ensinamentos de minha avó Eveta e voltei para minha casa com meu esposo e minha filha. Um pedaço de mim estava ficando aqui mas ao mesmo tempo sabia que estava com meus pais que sempre me ajudaram a criar meu filho e isso foi o que me sustentou.
Os meses seguintes não foram fáceis. Era muito difícil olhar para o quarto do Gustavo e não encontra-lo. Era muito triste passar em frente ao SESI e saber que ele não estaria mais ali me esperando para ir para casa. Era muito triste ver a Beatriz chamando pelo irmão.
Foi aí que resolvemos voltar para Carangola.
Dia 04 de dezembro de 2010 nossa mudança saiu de Cachoeiro.
Uma nova fase estava começando em nossas vidas.

Um comentário:

  1. Paty,
    Tão bom passar por aqui e ver que você está escrevendo, continua sempre contando essa história que ainda vai dar um best seller!
    Acredito muito nos propósitos divinos e sei que um dos motivos para você estar onde está hoje é para me dar forças... O que seria de mim sem um sorriso quando chego na porta do sexto ano e te vejo? O que eu teria feito naquele primeiro dia quando estava morrendo de medo de vocês não gostarem de mim e você apenas bateu na minha mão e disse: 'vai com fé'.
    Eu agradeço muito a Ele porque você está aqui, sempre!

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